Evento promovido pela Revista Agriterra atrai grande número de profissionais de referência
I Conferência Técnica do Olival reúne especialistas do setor na Universidade de Évora
Com quase 250 inscrições, a I Conferência Técnica do Olival regista um balanço muito positivo, em partilha de conhecimento e networking. O evento promovido pela Revista Agriterra reuniu na Universidade de Évora especialistas em gestão empresarial e sustentável, num debate transformador sobre os principais desafios e oportunidades do setor.
Sob o mote “Olival: Um setor em contínua transformação”, o evento decorreu perante uma audiência de dezenas de agricultores, engenheiros agrónomos, técnicos e profissionais do setor e académicos
A I Conferência Técnica do Olival realizou-se a 15 de maio, no Auditório do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora. Depois do sucesso da conferência realizada no ano passado, em Faro, sobre a cultura do abacate, o encontro organizado pela Revista Agriterra para o setor olivícola registou cerca de 250 participantes inscritos.
Sob a temática “Olival: Um setor em contínua transformação”, o evento, dinamizado no âmbito dos Encontros Profissionais B2B da Induglobal, do Grupo Interempresas, com o suporte técnico da Fakoy, traduziu-se numa análise aprofundada sobre gestão empresarial e sustentável e tecnologias aplicadas ao cultivo da oliveira.
Inovação, sustentabilidade, eficiência, fitossanidade e nova legislação foram algumas das temáticas debatidas na I Conferência Técnica do Olival, onde se analisou o Estado-da Arte de uma das culturas mais enraizadas em Portugal
Em debate estiveram temáticas tão diversas como o potencial da inovação para a gestão sustentável do setor; a aposta em soluções sustentáveis; a digitalização e a eficiência tecnológica ao serviço da produção (rega, solo, etc.); os desafios da fitossanidade; a implementação de boas práticas agrícolas; a adoção de cultivos de resíduo zero e a valorização dos excedentes na produção de azeite; as exigências do mercado e dos consumidores; a adaptação à nova legislação europeia; as implicações no mercado da revisão da Política Agrícola Comum; e as consequências das próximas eleições europeias (à porta) no setor.
Para tanto, a I Conferência Técnica do Olival contou com um conjunto de parceiros estratégicos de peso na região e no País: a Olivum - Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal, o CEPAAL – Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, a Universidade de Évora e o MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, sediado na Universidade de Évora.
A AEMODA - Asociación Española de Maestros y Operarios de Almazara foi também um reconhecido parceiro de apoio ao evento, que reuniu mais de 20 especialistas em gestão empresarial e sustentável de olivais.
Um debate inspirador sobre uma cultura em transformação
Depois da sessão de abertura, a cargo de Hermínia Vasconcelos Vilar, reitora da Universidade de Évora, e de Fátima Baptista, diretora do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), José Muñoz-Rojas, especialista em Geografia Rural e Ecologia da Paisagem e professor associado na Universidade de Évora, demonstrou que a sustentabilidade dos olivais e da produção do azeite é “uma variável relativa e extremamente complexa”, que depende não só do contexto espacial e temporal mas, em grande medida, “de práticas específicas de gestão”.
Numa apresentação dedicada a “Soluções inovadoras de gestão sustentável do setor de azeite”, o key-note speaker da I Conferência Técnica do Olival apresentou os resultados do projeto Sustainolive, e defendeu que a sustentabilidade que é geralmente associada a um modo de produção (biodinâmico/convencional), ou a uma densidade de plantação (super intensivo/extensivo) “não é realista”.
O evento contou ainda com as intervenções de:
. Hugo Sena Janeiro, diretor da AGR Global do Grupo De Prado: “A sustentabilidade do olival moderno - Aspetos económicos, sociais e ambientais”.
. Javier Barrios Irache, diretor de produto da gama de biocontrolo da DAYMSA: “Tecnologias DAYMSA para mitigar o stress abiótico causado pela seca e pelas altas temperaturas na cultura da oliveira”.
. Nuno Esteves Bento, da área de desenvolvimento florestal da Fravizel Engenharia: “Tecnologia de mecanização do solo: ARG”.
. Reinaldo Pereira, marketing campaign activation Portugal na Bayer CropScience: “Inovação Bayer ao serviço do olival”.
João Caço, diretor executivo da Hubel Verde: “Nebulizadores pneumáticos eletrostáticos de baixo volume - Olival mais eficaz e eficiente”.
. Gonçalo Petulante, técnico da Irritec Iberia: “A digitalização como ponto chave para uma rega eficiente e sustentável em olival”.
Para além dos vários painéis de oradores, realizaram-se ainda três mesas redondas ao longo do evento. A primeira delas juntou João Machado, chief marketing officer da ATLAS, António Machado, responsável pelo mercado português da Agromillora Group, Roger Guardiola Buenaventura, diretor de operações da ModpoW e José Ocaña, da Treeconsulting, num debate em torno da “Importância de uma boa gestão empresarial nos olivais”, moderado por Pedro Foles, CEO da BOLSCHARE.
A segunda mesa redonda da manhã de trabalhos decorreu sob a temática “A importância do resíduo zero e o valor dos excedentes na produção de azeite”, e a presença de Carlos Gabirro, CEO da Biostasia, Vasco Fitas da Cruz, professor no Departamento de Engenharia Rural da Universidade de Évora e Filipe Cameirinha Ramos, diretor de Figueirinha e Monte Novo. A sessão foi moderada por Gonçalo Moreira, gestor do Programa de Sustentabilidade de Azeite do Alentejo (PSAA) da Olivum.
Sob o mote “Implicações no mercado das questões planeadas em Bruxelas e tendências de consumo”, a última Mesa Redonda do evento contou com a participação de Susana Oliveira Sassetti, diretora executiva na Olivum, Fernando Silveira do Rosário, presidente da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches e Mariana Matos, secretária-geral na Casa do Azeite, com moderação de Gonçalo Morais Tristão, presidente da Direção do COTR - Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio do Centro de Competências para o Regadio Nacional.
A I Conferência Técnica do Olival integrou ainda a apresentação da exposição de máquinas LANDINI, GRUPO I.L.C., ILERDRON e New Holland, pelo grupo Lampreia, no Jardim do Granito da Universidade de Évora.
Na véspera do evento, a organização ofereceu um jantar-networking para patrocinadores, colaboradores e parceiros, que incluiu uma degustação de azeite, cortesia do CLUB LECCIANA.
Entre palestrantes e participantes em mesas redondas, a análise do Estado-da Arte de uma das culturas mais enraizadas em Portugal fez-se com inegável sucesso, numa reflexão sobre os principais desafios e oportunidades do setor, e perante uma audiência de várias dezenas de agricultores, engenheiros agrónomos, técnicos e profissionais do setor e académicos.
O resultado foi um debate inspirador e transformador sobre práticas inovadoras na produção de azeite, onde a palavra mais utilizada terá sido sustentabilidade, e que ficou marcado pela partilha de conhecimento e networking.